No dia 27 de maio é comemorado no Brasil, o Dia Nacional da Mata Atlântica – data criada a partir de um Decreto Federal, relacionado à Carta de São Vicente e assinada por Padre Anchieta. Nela, foi descrita em primeira mão os detalhes da biodiversidade existente nas florestas tropicais das Américas.
A Mata Atlântica engloba as grandes regiões metropolitanas e cidades brasileiras, onde contêm aproximadamente 145 milhões de habitantes. Considerada como o maior centro socioeconômico do Brasil, ela é o foco da produção econômica e fonte financeira nacional. No entanto, mesmo com tanta importância e relevância para o país, a vegetação atual abrange somente cerca de 29% da vegetação original do bioma.
Compreenda o que a Mata Atlântica representa e como ela pode impactar diversas áreas da vida humana.
Mata Atlântica – O que há nela?
Antigamente, 1,3 milhões de km², que englobavam 17 estados brasileiros, eram ocupados pelo bioma. Mas em consequência das atividades humanas nessa área, atualmente restam apenas 29% de sua vegetação original. Apesar da grande interferência do homem e de sua ocupação abusiva na região, acredita-se que 20 mil espécies vegetais, incluindo as que podem ser extintas, existam na Mata Atlântica.
A riqueza presente em nossa mata é significativamente maior do que a de continentes como a Europa, que possui 12,5 mil espécies de vegetais, e a América do Norte, com 17 mil. O bioma ainda acomoda cerca de 370 espécies de anfíbios, 200 de répteis, 850 de aves, 350 de peixes e 270 de mamíferos – assim como frutos, madeiras, produtos provenientes das mesmas, entre outros.
A partir desses dados, é possível compreender que a Mata Atlântica é (ou precisa ser) prioridade para que a biodiversidade do globo seja conservada. Por ser um extenso território de vegetação e fauna, ela é tida como uma das regiões mais ricas e importantes quando se refere à biodiversidade. Mas além disso, ela é responsável por fornecer serviços essenciais e ecossistêmicos para que as 145 milhões de pessoas consigam viver nela.
Qual o impacto humano na Mata Atlântica?
Uma pesquisa publicada na revista Nature Communications, baseada nos dados do Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, ressaltou o que a interferência humana causou na Mata Atlântica – aproximadamente 42% da biodiversidade antes existente e grandes estoques de carbono foram perdidos. Transformando essa porcentagem em números reais, pode-se afirmar que praticamente 70 mil km² de florestas foram desmatadas, promovendo a perda de inúmeros bens presentes, e que 2,6 bilhões de dólares em créditos de carbono foram perdidos.
Mas claro, antes de pensar em qualquer questão financeira, é preciso entender que tais recursos desgastados ao longo dos anos, são essenciais para que a vida seja conservada, assim como o clima do planeta – e tudo faz parte de um ciclo, em que os âmbitos da vida se complementam e automaticamente, um depende do outro.
Como o combate à degradação pode atrair investimentos?
O autor da pesquisa citada anteriormente, Paulo Inácio Prado, afirmou que é possível combater a degradação das florestas no que resta da Mata Atlântica, e que essa ação tende a atrair investimentos de bilhões de dólares referentes a créditos de carbono. Ao mesmo tempo em que recursos financeiros podem ser frutos desse combate, empregos seriam gerados e a conservação da biodiversidade seria posta em prática. Tal oportunidade é interessante para aqueles que estão atentos aos fatores ESG, que cada vez mais se tornam imprescindíveis para que uma organização permaneça firme no mercado e que evolua de maneira positiva.
O coautor do estudo, Jérôme Chave, enfatizou que são raros os projetos que se propõem a avaliar os impactos das ações humanas na biomassa e na biodiversidade florestal. Essa afirmação se dá pelo fato de que a degradação da área é difícil de ser avaliada somente com o uso de sensoriamento remoto – como imagens de satélite, por exemplo. Desse modo, o ideal seria dar início a novos inventários em campo e unidades de conservação, assim como fiscalizar as já existentes.
ESG x Mata Atlântica
É inegável que qualquer ação negativa ou abusiva que acometa a biodiversidade da Mata Atlântica, resultando em diminuição de área ou perda de biodiversidade, reflete na parte financeira e produtiva das empresas. Por isso, implementar o ESG em uma organização significa focar nos três principais fatores de governança – social, ambiental e corporativa – que analisam como o negócio se posiciona diante da sustentabilidade e do impacto social que ele causa. Fazer uma análise de tais fatores é um meio eficaz de determinar de forma mais rentável a atividade financeira atual e futura de qualquer negócio.
Além de provocar crescimento favorável às empresas, a implementação do ESG garante que o posicionamento das mesmas seja direcionado à responsabilidade com o meio ambiente, a partir do uso de meios que proporcionam compreender melhor o que é necessário mudar e o que é preciso fazer. Como a Mata Atlântica é o maior centro socioeconômico do Brasil, adotar o ESG pode abrir novas portas para investimentos empresariais.
As perdas da mata são incalculáveis! Para que não haja ainda mais degradação em toda a riqueza que o Brasil obtém, é preciso dar fim ao desmatamento na Mata Atlântica. Para isso, além de conscientizar empresários e sociedade como um todo, deve-se aumentar a proteção das áreas remanescentes, investir na recuperação da biodiversidade e na expansão de sua cobertura.
Que no Dia da Mata Atlântica possamos refletir sobre os assuntos aqui abordados e entender que a preservação das nossas riquezas naturais podem transformar a nossa visão e colocação no mundo.
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